Sei lá... Me deu vontade de escrever uma carta. Pegar papel, caneta, colocar sobre a mesa. Fazer letra bonita, bem desenhada. Pra que quando seus olhos corressem sobre as linhas, visse que dentro de mim ainda havia beleza. Pra que quando você abrisse aquela carta descobrisse que sou além de letras criadas. Eu existo. Escrevia com calma. Dizendo sobre tudo que sentia. Contei sobre aquilo que frente a frente jamais conseguiria. Na metade, parei. Debrucei sobre a folha, que já se borrava. Fiquei me perguntado: até quando? Respirei por uns minutos, entre goles engasgados de raiva. Ao terminá-la, dobrei com cuidado. Processo demorado de decisão. Ia, ou não ia? Decidi ir.
No verso do envelope, escrevi: “Para um criminoso”, pois quando lesse aquela carta, talvez eu não estivesse ali. Mas só aí então, entenderia que além do meu coração, havia roubado minha paz, meus sonhos, minha vida! E eu não te dou esse direito. Ah! Se eu pudesse voltar atrás no tempo.
Patty Vicensotti
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