30 de mar. de 2011

"Antes que termine o dia"

http://www.bastaclicar.com.br/cinema/trailer_mostra.asp?iv=YcP0XV79z48&titulo=


E se a gente não souber interpretar o destino e escolher tudo errado? E se algumas coisas pudessem acontecer diferente daquilo que a gente fez com elas? O filme é lindo e eu ainda choro de lembrar da história deles. Que é um pouco a história de todos nós a partir das escolhas que a gente faz. Uma história muitas vezes repleta de escolhas pelas quais a gente vai lamentar o resto da vida, já que não tem mais o poder de fazer voltar o tempo e decidir diferente. É aquele abraço que vc não deu, ou que deu; é aquele óculos que você devia ter esquecido lá pra pegar só no outro dia quando estivesse mais calma; é aquele lance de escadas que vc não subiu, ou que subiu quando deveria esperar; é a briga que vc não calou; a declaração que vc não gritou; é aquela insegurança que vc devia ter segurado pra evitar que seu abril fosse despedaçado.  Com essa música... e aquela história... e aquela imagem... e o tempo não volta... a escolha não volta... "maybe someday love will show me everything", como ela canta na música.... e fique tudo bem.

*Ao som de Jennifer Love Hewitt, Love will show you everything 
http://www.kboing.com.br/jennifer-love-hewitt/1-83359/#



28 de mar. de 2011

À toa na vida


Tudo é mais fácil quando a gente não se sente responsável por ninguém, quando levamos a vida na flauta, curtindo o momento, em total carpe diem.
Uma conhecida minha é assim, passou a vida sem levar nada a sério, sem assumir coisa alguma, só reverenciando o próprio prazer. Aí teve câncer. Este seu temperamento desencanado ajudou-a a passar pela crise. Ela encarou o câncer como uma chateação, como se fosse uma dor-de-dente, não fez drama, sofreu com muito comedimento. Por outro lado, agora curada, ela segue no oba-oba, não aprendeu nada, não amadureceu, não está dando maior valor à vida, continua naquele clima easy going. Tirou lição nenhuma.

Existem pessoas que passam batido por tudo, sem esquentar com nada. E existem pessoas extremamente sensíveis que a tudo dão atenção, que se envolvem profundamente com o que lhes acontece, seja uma doença, seja uma paixão. No fundo, elas desejariam ser menos compenetradas, mais leves, porém, quando tentam, metem os pés pelas mãos, fazem besteira. Por que? Porque é muito difícil mudar nossa própria natureza. É preciso aceitá-la e respeitá-la. E tentar ser feliz do jeito que se é.

Muitas vezes dizemos “eu queria ser mais solta” ou “eu queria ser mais maluco”, pois tudo isso sugere uma certa modernidade, ao contrário da introspecção, do conservadorismo e de outros comportamentos que se desenvolvem mais para dentro do que para fora. Moderno é liberar. Careta é reter. E é tanta pressão para sermos menos claustrofóbicos com nossa própria vida que acabamos nos confundindo e não raro inventando um personagem que nada tem a ver com a gente.

Ou se é naturalmente easy going, ou seja, alguém que se deixa levar pela vida, ou se faz parte do time dos conectados com as ansiedades, desejos e traumas. Eu sou assim, ligada na tomada. Sempre querendo encontrar uma razão pra tudo. Pessoas como eu sofrem mais. Se decepcionam mais. Por outro lado, crescemos. Evoluimos. Amadurecemos. Nada é estático em nossas vidas. Nada é à toa. Tudo ganha uma compreensão, tudo é degrau, tudo eleva.
É ótimo ser relax, mas é preciso ter vocação. Não tendo, melhor aceitar que somos estressadinhos por natureza. Mas há suas compensações.

Martha Medeiros

Indecifrável


Não que eu seja algo indecifrável, mas a verdade é que é difícil pra qualquer um entender todos os momentos em que eu não sou eu mesma.



Um pouquinho de mim...


Talvez eu não entenda. Não sei se às pessoas, não sei se a mim. Acontece que, o que para
alguns é felicidade, prazer, para mim não representa nada, e por esse motivo
tantos conflitos existenciais. Acho que queria ser só mais uma na
multidão, e não ter particularidades tão gritantes em mim.

Não sou de fingir sentimentos, emoções. Tento até disfarçar os mais feios, mas esconder ou mascarar nunca consigo. E se algo me incomoda, dou meu jeitinho e exponho tudo que sinto. Antes era com lágrimas, hoje com silêncio ou indiferença.
Não gosto de muita agitação. E nem de marasmo total. Faço parte do meio termo, mas na medida do meu possível. Não vim ao mundo para agradar ninguém. Vim para viver
minhas emoções; e se não me dá prazer, se não gosto, simplesmente não faço. Não
adianta me questionar.
Quanto as minhas convicções, sou irredutível. Quando decido simplesmente vou atrás. Quando desisto, sinceramente abandono. Impulsiva ao extremo, talvez seja uma das minhas características mais marcantes. Já fiz besteiras que poderiam ter sido evitadas se não fosse tão imediatista. Se me arrependo, também volto atrás. Tenho coragem suficiente para reconhecer um erro, assim como ousadia necessária para apontar.
Não sou de fazer tipos. Sou o que sou e isso por enquanto me basta. Séria a
maior parte do tempo, reservada quase sempre, mas quando é preciso também sei
ousar. No entanto, não costumo me mostrar para quem não me interessa.
Acredito no amor construído dia após dia. Não acredito no amor de uma noite de “loucura e desejo”, nem no amor que se diz amor, mas não condiz em atitudes. Nesse aspecto aprendi muito. E certamente já sei diferenciar “grandes amores” de “grandiosas paixões”.
Detesto falsidade. Pessoas sem personalidade formada. Pessoas ambiciosas, que
vêem o dinheiro como a coisa mais importante do mundo. Acredito que o poder, a
ganância pelo TER, põe em prova o caráter do homem.
Magôo-me com muita facilidade. Chorona, sensível, mimada, carente demais às
vezes… Mas perdôo com mais facilidade ainda, se for importante pra mim. No
entanto, se é indiferente, se tão pouco me importa, a resposta que tem de mim,
quando não é silêncio, é desprezo.
Por enquanto essas verdades me bastam. “… Porque as coisas e as pessoas que
fazem parte da minha vida vão aos poucos entrando em mim, depois de algum tempo
já não sei dizer o que é meu e o que é delas. Mesmo assim, bem no fundo,
há coisas que são só minhas. E embora me assustem às vezes, é delas que mais
gosto…”